Com a divisão do grupo RPM, o tecladista Luiz Schiavon e o guitarrista Fernando Deluqui, que agora também dividem os vocais, se juntaram ao vocalista e guitarrista André Lazzarotto e formaram o conjunto L.S.& D. (as iniciais de Lazza, Schiavon & Deluqui).
Após seis meses trabalhando nas composições, o trio lanço o álbumViagem na Realidade.
O disco, que conta com a participação especial de DJ Patife na faixa "O Caminho do Céu", mostra uma sonoridade diversificada em relação a trabalhada no RPM. Além do tradicional pop rock, o conjunto também aposta em elementos do rap, tecno e outros.
A primeira música a ganhar divulgação nacional foi "Madrigal", que virou tema de abertura da novela Cabocla (da Rede Globo).
A tiragem inicial do CD, que foi a venda apenas no site oficial (www.lsd.art.br), foi de mil cópias, que foram autografadas e numeradas. Esta primeira edição foi em embalagem especial de 24 X 14 cm.
Este disco chegou às lojas quase que ao mesmo tempo do CD Zum Zum, do PR.5 - grupo formado por Paulo Ricardo e P.A. (ambos ex-integrantes do RPM). Esta divisão na banda ocorreu em 2004 quando Paulo, supostamente, teria registrado o nome RPM sem autorização dos demais membros.
O fim do RPM abriu espaço para duas bandas mostrarem seus respectivos trabalhos dentro desse mercado cada vez mais concorrido.
Para esse projeto se consolidar de vez, os dois músicos notaram que havia a necessidade da banda contar com um músico que somado a Schiavon e a Deluqui, pudesse desempenhar (assim como Deluqui) as funções de guitarrista e vocalista. Isso abriria uma enorme gama de possibilidades sonoras, tanto no trabalho instrumental quanto nos vocais. Assim, foi feito o convite a André Lazzarotto, o Lazza, músico de uma nova geração e bastante atuante no underground paulistano.
Foram doze músicas, incluindo "Madrigal", tema de abertura da novela Cabocla, que teve bastante repercussão nas rádios e apresentou uma letra com imagens poéticas, emolduradas por um arranjo baseado em violões e cravos, evocando os madrigais renascentistas.
Mais o álbum também possui canções mais viscerais como "Novo Dia" e "Uma Qualquer". A mistura de influências como "rap" e "tecno" aparecem em "Fechando a Guarda", "LS&D" e "Caminho do Céu", esta última com participação do DJ Patife. "Música Para Seu Corpo", segue a mesma linha e tem tudo para "bombar" nas pistas. As baladas "pop" também encontram seu lugar, tanto em canções mais introspectivas, como "Verdadeiro Amor" e "Através da Noite", como também nas alegres "O Mar" e "Chuva". E, é claro, não poderia faltar um tema instrumental. A música "Medo" mostra a força dos músicos do LS&D, que literalmente conduzem os ouvintes por uma eterna viagem musical.
Entrevista a Fernando Deluqui
“A nova revolução”
O mundo continua girando. Deluqui e Schiavon, que na primeira formação do RPM, nos anos 80, não eram, digamos, amigos Ãntimos, estreitaram seu relacionamento no retorno da banda, principalmente em um segundo momento dessa volta, quando já havia passado a euforia e o clima não era mais o mesmo do (re)inÃcio. Descobrindo que tinham várias afinidades artÃsticas, os dois decidiram gravar um disco juntos.
“O Luiz e eu percebemos que podÃamos facilmente compor juntos. Mostrei algumas coisas minhas para ele e ele gostou. Entramos no estúdio com uma letra que eu tinha, só ao violão, e saÃamos com ela gravada. O Luiz fez umas intervenções fundamentais. A canção se chama Fechando A Guarda, e foi a primeira a entrar para o disco. Aquilo para mim foi simbólico”, conta Deluqui.
A dupla passou cinco meses no estúdio gravando o disco, que ficou pronto em meados de junho. Nesse meio tempo, eles decidiram formar uma banda, chamando André Lazzarotto, o Lazza, para dividir as guitarras e os vocais com Deluqui. Estava formado o LS&D (Lazza, Schiavon & Deluqui), que, no site oficial da banda (www.lsd.art.br), é anunciado como a “nova revolução”.
“Eu não queria a responsabilidade de ser o cantor da banda. Achava que estava faltando uma terceira pessoa, principalmente alguém que tivesse influências da década de 90. Um cara que pudesse formar um time bacana. O Lazza é um cara carismático, com forte presença. Então o convidamos e fechamos a banda em três”, diz Deluqui. O time será completado com o baixista Euder, que participou das gravações do disco, e um baterista a ser contratado.
No momento Deluqui procura uma gravadora que contrate o grupo ou distribua o CD. Mesmo sem o trabalho totalmente fechado (a parte gráfica não está pronta, a ordem das músicas não está definida e, segundo o guitarrista, alguns ajustes ainda podem ser feitos), o LS&D já conseguiu um grande feito: é da banda a música Madrigal, tema de abertura da novela “Cabocla”, exibida no horário das 18h na TV Globo. O trio tem dois shows marcados para agosto: um no interior de São Paulo e o outro em Minas.
Deluqui ainda não quer mostrar o disco, mas garante que ele é uma obra-prima. O som, ele define, é pop-rock, bem oitentista, com todos os tecladões que Paulo Ricardo quer distância, apenas com umas pitadas de rap. Será que lembra alguma banda conhecida?
“Somos bem parecidos com o RPM. Estamos seguindo o caminho que o RPM estaria trilhando”, diz Deluqui, orgulhoso. Bem, nenhuma das duas bandas ficou o nome original, mas no final quem continuou sendo o RPM foram mesmo Deluqui, Schiavon e seu LS&D. E o mundo gira...
Fernando Deluqui, André Lazzarotto e Luiz Schiavon
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